Dor Temporomandibular

A disfunção temporomandibular (DTM) causa dor, ruídos articulares e problemas funcionais, afetando frequentemente mulheres. O... Ver mais →

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Casos Médicos

Dor Temporomandibular

Intro

Dor temporomandibular: Disfunção, sintomas, tratamento conservador (dentário, goteira, exercícios…) e interventivo (artrocentese, artrosocopia,…).

As articulações temporomandibulares: as articulações mais usados do corpo humano! Movem-se cerca de 2.000x/dia.

São necessárias em funções de sobrevivência como comer e beber, e também essenciais para falar e para muitas das expressões faciais.

As disfunções temporomandibulares são compreensivelmente muito frequentes.

Anatomia

Ambas as articulações são compostas por: côndilo mandibular, uma esfera óssea que se articula na fossa do osso temporal.

Entre as superfícies ósseas, existe um disco articular. Este disco é sustentado por ligamentos posteriormente e anteriormente é fixado a um músculo.

As articulações possuem um lubrificante natural denominado líquido sinovial.

Todas essas estruturas são envolvidas por uma cápsula fibrosa.

Durante a função, o côndilo gira e desliza para frente e para baixo e, junto com o disco, eles deixam a fossa e se movem sob uma eminência óssea. Este movimento requer uma coordenação complexa de um extenso sistema muscular.

Sintomas e sinais

Os três principais sintomas e sinais são: dor temporomandibular, alterações funcionais e sons articulares.

No que diz respeito à dor, ela pode ter origem na articulação como nos músculos mastigatórios. Pode irradiar para outras localizações faciais, em particular para o ouvido, porque a articulação situa-se muito próxima. Portanto, a perceção da dor pode não corresponder diretamente à sua origem. Na verdade, a disfunção temporomandibular era antigamente denominada Síndrome de Costen, segundo o Otorrinolaringologista (médico dos ouvidos) americano James Costen (1895-1962), que escreveu a primeira publicação sobre este síndrome doloroso.

Pode haver alterações na amplitude e direção do movimento da mandíbula.

Este tópico deve ser dividido em duas categorias:

  • Limitações do movimento da mandíbula por bloqueio mecânico, ou restrição de movimento para evitar a dor.
  • Luxação articular, quando existe um movimento excessivo.

Outra queixa comum é o incómodo causado pelos ruídos articulares.

O ruído mais comum é o estalido, causado por movimentos não sincronizados do disco e do côndilo ou crepitação quando as superfícies do osso mandibular e osso temporal contactam diretamente entre si, no caso de doença articular degenerativa.

Dos sintomas ao diagnóstico

Estes sintomas e sinais que acabamos de ver, são as diretrizes básicas para formular um diagnóstico, dentro da extensa lista do quadro diagnóstico.

Na verdade, disfunção temporomandibular não é um termo diagnóstico por si só. Corresponde a um termo genérico, para um conjunto de aproximadamente trinta distúrbios de saúde.

No entanto, o termo “disfunções temporomandibulares” é geralmente usado para se referir ao subconjunto das doenças mais frequentes na lista presente no vídeo (3:27).

As disfunções temporomandibulares podem variar desde uma única condição isolada ou pertencerem a um quadro sistémico , o que significa que a lista diagnóstica pode ainda ser ampliada. Para muitos pacientes, em particular aqueles com sintomas crónicos, pode haver uma sobreposição com outras condições de saúde, como cefaleias, bruxismo, apneia do sono, alterações posturais e distúrbios psicológicos e psiquiátricos, em particular: ansiedade e depressão.

Prevalência

As disfunções temporomandibulares são muito prevalentes.

Mas, para a maioria, será um evento de leve intensidade e transitório. No entanto, os sintomas podem persistir de forma crónica, com alto impacto na qualidade de vida. A dor crónica associada à disfunção temporomandibular é a terceira causa mais frequente de dor crónica, depois das cefaleias e dores lombares.

As disfunções temporomandibulares são duas vezes mais prevalentes nas mulheres do que nos homens.

Variabilidade sintomática

As razões dessa diferença entre géneros, bem como das causas da disfunção temporomandibular, são temas de investigação há vários anos.

Acredita-se que seja uma combinação de diferentes fatores, aqui se menciona apenas alguns deles:

  • instabilidade mecânica da articulação, por exemplo, quando há falta de dentes;
  • diferentes sensibilidades hormonais,
  • diferentes reações inflamatórias,
  • diferente sensibilidade à dor e modulações da dor.

A forma diferente como cada um destes fatores atua em cada indivíduo, pode explicar uma das características mais intrigantes: uma grande variabilidade na forma como os sintomas se apresentam.

Diferença entre sintomas e os exames de imagem

As imagens de ressonância magnética mostram um disco deslocado (vídeo 5:04). Poderia pertencer a qualquer um desses três pacientes hipotéticos, mas a expressão sintomática variaria entre nenhum sintoma, a uma alteração ocasional do movimento articular até a uma dor temporomandibular de longa duração, com forte interferência na qualidade de vida.

Apesar de apresentarem características de imagem semelhantes, as necessidades de cuidados e estratégias de tratamento são diferentes entre eles.

Tratamento

As estratégias de tratamento são dirigidas tendo em conta os sintomas de cada paciente.

Mas, como há uma ampla gama de diferentes expressões e intensidades sintomáticas e uma extensa lista de diagnósticos, como se viu anteriormente, não há uma solução única para as disfunções temporomandibulares.

Na verdade, todo plano de tratamento deve ser personalizado.

Um ponto muito importante em todos os planos de tratamento é a educação. Explicar ao paciente a sua condição clínica, é o principal para conseguir gerir de forma eficaz os sintomas, sobretudo para os pacientes com dor temporomandibular crónica.

De um modo geral, é possível categorizar os tratamentos em: conservadores ou interventivos.

Tratamentos conservadores

Nas terapias conservadoras:

  • Um ponto de partida muito importante é repor os dentes ausentes, para dar estabilidade às articulações, restaurar a capacidade mastigatória, melhorar a fonética e a estética facial global.
  • Os medicamentos são usados ​​para reduzir a inflamação das articulações, alívio da dor a curto ou longo prazo e relaxamento muscular.
  • Os aparelhos intraorais são um tratamento prescrito com muita frequência. Existem dezenas de modelos diferentes, mas, na minha opinião, a férula que vê na imagem (Férula de Michigan) é a mais eficaz para uma boa estabilidade e alívio de pressão.
  • exercício geral é benéfico para a sua saúde em geral e para corrigir alterações da postura, fundamental para uma normal função dos músculos da cabeça e pescoço.
  • Pode fazer exercícios específicos para a mandíbula, mas sempre de acordo com o estado de saúde das suas articulações. Não force a articulação se sentir dor aguda ou se sofrer de outros sintomas agudos. Permita que a articulação descanse e só comece a movimentar a articulação lentamente, com movimentos controlados, restaurando a força muscular, como faria com qualquer outra articulação doente.
  • Fisiatria pode ser uma solução quando há necessidade de um especialista em reabilitação.

Tratamentos interventivos

A lista de procedimentos interventivos inclui:

  • artrocentese, que visa remover líquido inflamado da articulação e libertar aderências articulares através da pressão hidráulica. Permite a injeção de medicamentos dentro da articulação.
  • artroscopia utiliza uma câmera muito pequena dentro da articulação, para um diagnóstico visual de seu interior e em conjunto com outros instrumentos, é possível realizar procedimentos cirúrgicos minimamente invasivos.

Esses dois procedimentos tendem a ter um tempo de recuperação muito rápido e quase sem cicatrizes.

  • cirurgia aberta continua a ser um opção importante no cuidado da disfunção temporomandibular, para pacientes devidamente selecionados, tais como: luxações recorrentes, colocação de prótese em articulações severamente danificadas, casos traumáticos e tumorais, bem como casos selecionados que não responderam às abordagens anteriores.

Para o sucesso do plano terapêutico, devem-se abordar possíveis comorbilidades e, portanto, avaliar o paciente numa rede integrada de outros profissionais, tais como Reumatologistas, Neurologistas, Fisiatras ou Médicos de dor crónica, prestando uma visão global, coordenado por um profissional de saúde que olha para todo o espetro do quadro diagnóstico e é capaz de integrar o portfólio das opções terapêuticas.

Leitura avançada

Os meus autores de referência são: Daniele Manfredini, Florencio Monje, Dorit Nitzan, Eric Schiffman entre outros.

De uma extensa lista de literatura sobre a área, recomendo as seguintes publicações:

Bond E. et al, Committee on Temporomandibular Disorders (TMDs): From Research Discoveries to Clinical Treatment

Schiffman E. et al., Diagnostic Criteria for Temporomandibular Disorders (DC/TMD) for Clinical and Research Applications: recommendations of the International RDC/TMD Consortium Network and Orofacial Pain Special Interest Group

Meurechy N. et al, Postoperative Physiotherapy After Open Temporomandibular Joint Surgery: A 3-Step Program 

Extras

Conheça mais da biografia do Dr. James Costen (em Inglês).

Notícias referentes a celebridade e o diagnostico com disfunção temporomandibular:

– Iggy Azalea

– LeAnn Rimes

– Burt Reynolds

O filme Malícia Fatal, de 1992, com uma breve referência dos sintomas de disfunção temporomandibular, incluído os tormento de Burt Reynolds.

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